sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Bracinhos pra cima

Um dia desses vi o João Victor dormindo com os bracinhos pra cima. Esses dias minha tia me disse que quando o cãozinho de estimação está com as patas pra cima e de barriguinha pra cima é porque está confortável naquele local.  Será que tem alguma relação? Será que o pequeno João Victor está confortável em seu lar assim como a Ciça se sente a vontade ao brincar com Vivi? Certeza absoluta eu acho que nunca vou ter porque a Ciça não teria a mínima paciência em me responder e a Vivi tem coisa muito mais importante na vida do que tentar me explicar esse tipo de coisa. Nem vale a pena mencionar João Victor, já que ele tem uma percepção tão menos complicada da vida e tão mais inteligente da sua própria existência e comportamentos que não seria sensato destinar qualquer tempo dos seus tão bem vividos dois meses para tal indagação. Para a minha própria surpresa eu acordei essa manhã com meus braços pra cima. Com toda certeza eu me senti muito confortável em minha cama, então isso poderia até comprovar a teoria. Mas será que a vontade de continuar no conforto da minha cama, na segurança do meu quarto escuro também justifica a minha insegurança em enfrentar o mau humor, as lamentações, as mudanças de planos, as infidelidades do mundo que roda como um peão aí da janela pra fora? Levantei e tomei um banho com o esfoliante com perfume de açaí que sempre me faz renascer. Parece que tudo ficou muito mais claro. Pegar o ônibus, o metrô, o ônibus de novo, chegar no trabalho e seguir a vida. Chegar em casa, jantarzinho com vinho e muito amor, sonhos, acertos, lembranças, inspirações e desejos fazem  uma boa noite como prévia de um dia que vai se reiniciar. E se, com muita sorte, eu acordar novamente com os braços pra cima, enfim irei acreditar na teoria dos cães, me convencendo então, de que o meu apartamento no centro da São Paulo de tantas opiniões, abrigue o meu conforto e minha sensação de segurança. Se Ciça pudesse ler talvez ela concordaria comigo em gênero, número e au.