terça-feira, 15 de agosto de 2017

Eu já estava dormindo.

Poderia ter sido acordada por volta de 2 da manhã, quando achei que já era perto de 5 horas da manhã e ter ficado muito irritada por isso. Fiquei um pouco irritada e decidi continuar a fazer o que faço por alguns anos: parar de brigar com a vida e aceitar o que acontece de bom e ruim comigo. Por motivos que fogem ao meu controle alguns barulhos noturnos me acordam no meio da noite e infelizmente tenho sono leve e nem sempre volto a dormir instantaneamente. Poucas coisas me irritam tanto como ser acordada no meio da noite, especialmente quando sei que tenho que "render"no dia seguinte. Dessa vez, eu me entreguei àquilo que de positivo a vida poderia estar querendo me apresentar com esse "problema". Primeiro eu respirei fundo e expirei forte. Depois levantei de forma brusca da cama, jogando lençol e coberto pro lado com agressividade. Em seguida levantei. Fui para o escritório de casa, arrumei uns papéis, preparei a mesa, liguei a luminária e liguei o computador. É o meu momento. Vou digerir melhor o conteúdo da aula de terça-feira passada, foi o que eu pensei. Eu me dei conta que eu deveria ter escrito o meu diário de bordo todos os dias, mas não fiz. Então nada melhor do que começar a escrever o que rolou nos meus dias de lá pra cá. Terça-feira quando cheguei do curso estava muito pilhada. Obviamente, como já era de se esperar não consegui dormir logo quando cheguei em casa. Depois de relatar tudo o que vivi no primeiro dia de aula para a amiga confidente eu escrevi o texto Já deveria estar dormindo. No dia seguinte eu estava bastante determinada a me observar sobre o pilar da inteligência emocional que quero desenvolver primeiro. Então quarta-feira foi dia de ficar bastante atenta à todas as oportunidades de exercitar empatia nas minhas relações. Quarta foi dia de reunião com cliente para apresentar produto novo e ampliar a parceria que já temos hoje. Meu grau de empatia foi 5 em 10 porque eu demonstrei em alguns momentos certa ansiedade para "provar meu ponto". Na quinta-feira eu trabalhei no escritório e tentei ao máximo ser empática com as duas pessoas da minha equipe que trabalham comigo diretamente. Eu normalmente opto por conversas mais objetivas, relacionadas à trabalho e me esforço para que as conversas sobre o que as pessoas sentem, como sentem e pelo que passam em suas vidas pessoais ganhasse um pouco de espaço no meu dia. Eu sinceramente as vezes considero desperdício de tempo cerca de 60% das conversas que as pessoas tem com seus colegas sobre vida pessoal no ambiente de trabalho. Acredito ainda que a produtividade cai muito quando esse tempo todo é despendido para analisar e tentar resolver de forma coletiva um problema de relacionamento com marido, esposa, filhos, família do colega de trabalho. Talvez por isso empatia seja o meu primeiro pilar a ser desenvolvido. O outro precisa e quer ser ouvido e mesmo quando aparentemente o assunto é algo que de nenhuma forma vai impactar positivamente o faturamento da empresa, reconheço que esse tipo de papo deve ter o seu espaço no mundo corporativo. Sexta-feira foi um dia leve, sendo eu mesma, sem grandes análises, mas já colhendo os frutos de ter tentando exercitar a empatia nos dias anteriores. Encontrei uma amiga no final do dia para um café, acertei no livro que ela queria ler e demos boas risadas. Sábado foi um dia dedicado a mim. Banho demorado para ouvir os pensamentos, músicas que mais gosto rolando e a noite a festa de aniversário do amigo querido e divertido da turma do off-road. Cheguei em casa quando já era domingo. Domingo foi um dia de muitos desafios. Era o dia de reunir toda a família porque era dia dos pais. Família reunida deveria ser um momento muito esperado por mim, já que família é a reunião das pessoas que por mais tempo conviveram comigo até hoje, ao menos em tese. No entanto, alguns conflitos familiares desgastaram um pouco a nossa relação, apesar do enorme amor que há entre nós. Eu me saí bem. Fui tolerante, ouvi mais do que falei e não dei risadas escandalosas. Não fui 100% eu, mas mandei bem num geral. O meu sobrinho mais amado desse mundo me ajuda demais a ser eu enquanto brincamos, mas no momento adulto do encontro preciso me comportar para não causar. E assim foi feito. Segunda eu consegui acordar no horário que me proponho para ter o meu dia ideal. As 5 pulo da cama para fazer tudo o que preciso antes de sair de casa às 6:15. 6:50 da manhã é a hora de estar na sala de pilates da ACM. Não fui tão pontual quanto eu gostaria, mas cheguei a tempo de fazer o segundo exercício em diante da aula. E agora são 04:08 da manhã de quarta. Estou terminando o diário de bordo e depois vou fazer a análise do vídeo da Amy Curry. Falar dos meus sentimentos, da forma como vejo a vida, de todas as minhas emoções não foi um exercício difícil, até porque tenho apoio emocional de gente que convive comigo e, o mais importante, disponibilidade dessa gente em me ouvir até que eu consiga enxergar jeitos diferentes de agir, pensar e sentir. Eu me sinto grata por isso. Eu falhei por uma vez com minha mãe ao longo da semana, porque eu falei de forma impositiva em uma conversa nossa e não consegui me colocar no lugar dela. Infelizmente ela tem depressão e pra mim é um exercício muito difícil manter a calma, analisar tudo o que será falado e agradá-la. Outro momento em que falhei foi quando por não me comunicar bem e dar a entender que ela não havia buscado a riqueza de detalhes que iria me satisfazer sobre uma pesquisa de mercado que ela tinha feito. Tudo o que ela tinha de informação a respeito do produto em questão era suficiente para que ela tomasse a decisão de não comprá-lo. Em contrapartida, eu queria saber mais detalhes e pelo meu jeito de falar ela se sentiu tão pressionada que me deixou a vontade para falar com a atendente para confirmar as informações e me certificar do resto. Importante ressaltar que eu não sou o público alvo desse produto e não tenho nenhum interesse de comprá-lo. Sendo assim, porque tamanha a minha necessidade de saber todos os detalhes, sendo que a minha amiga já havia decido que não iria comprá-lo e a mim o produto também não atende?
Entendo que o reconhecimento daquilo que se quer mudar é certamente o primeiro passo. Considero o que vem depois mais difícil. Não basta reconhecer que a forma que eu agi poderia ter sido mais apropriada e empática. O resultado desejado é agir com o outro como se você estivesse na pele dele, considerandos seus sentimentos e emoções. Me sinto mais preparada do que antes mas não ainda confiante que conseguirei ser hoje quem eu gostaria de me tornar.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Já era pra estar dormindo.

Com certeza já passou da hora de estar bem quentinha na cama por debaixo das cobertas. Ainda não deu sono. O sonho que não deixa o sono chegar. A coragem de olhar pra um monte de coisas que poderia ter deixado lá seja lá onde seja, seja bem quieto no fundo do guarda-roupa do conforto ou do baú do bem estar. Mas vamos remexer tudo porque tirar tudo do lugar combina mais com a gente. Vamos deixar a poeira levantar para depois fazer faxina. E que a vida continue sempre a ser assim tão maravilhosa, tão cheia de suspiros doces, de brisas frias, de sonhos e sem sonos. Que a empatia seja o foco e que o corner seja o centro das atenções para ajudar a achar o caminho da aceitação. O maior medo quando perguntado não foi de ser julgado como a maioria dos que estavam lá disseram. Desse não dá medo não. É bom. É desafiador. Tira do quentinho da cama com coberta. O que dá medo é não ser notado. A indiferença sem razão de ser porque ao invés da sisudez que a face transparece dentro desse coração há muito amor gratuito, igualzinho ao almoço que dizem que não existe. É a indiferença que atormenta e que faz sangrar. E pra ela não tem cura a não ser o exercício de calçar os sapatos do outro num caminho que tem vales pra se chegar em picos.