quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Passou!

Foi assim, como um passe de mágica e tudo passou! E acredite, nada mesmo é do dia pra noite. Essa frase de mãe faz todo sentido quando já temos uma idade mínima pra ser mãe e filha tudo ao mesmo tempo. Idade de coração, de alma e muito menos cronológica do que hormonal. É desamarrar o que está dado nó, puxar o fio do embaraço daquele novelo guardado lá no fundo da gaveta com cheiro de pó, de dó, de coisa esquecida. Não dá pra fazer drama sempre, nem pra fingir que não é com a gente o tempo todo, mas também não dá pra ser feliz levando a vida a ferro e fogo. E o que será que deva ser esse tal de levar a vida a ferro e fogo? O que será que signifique essa coisa de relevar, de oferecer a outra face, de não se importar de verdade, lá do fundo da alma? Acho que isso também só dá pra saber depois dos trinta e aposto que tem muita gente achando trinta pouco demais pra isso tudo. Inédito! Esperar sempre foi totalmente fora dos planos e agora é parte da rotina, é parte do processo de viver sem suspirar, sem apertar o peito, sem sufocar o sonho, sem atropelar o pensamento, sem querer que chegue logo, que acabe logo ou que permaneça para sempre. Esperar é se entregar de verdade e ter tanta certeza que o endereço de destino da correspondência não estava equivocado e dormir. E mais que dormir é sonhar que aquela carta que você escreveu e endereçou vai chegar exatamente no endereço colocado na parte da frente do envelope. Pode chegar atrasada, molhada, aberta, rasgada, mas dificilmente não irá chegar. E se extraviar, que seja parte de uma experiência que, mesmo frustrada, seja vivida, percebida, curtida e entregue ao destinatário da mensagem. Não mande nem receba cartas em branco e muito menos escreva qualquer coisa, só pra dizer que escreveu. O caminho pode ser longo, a espera demorada e a ansiedade para ler a mensagem deve ser bem maior do que a sensação de ler só pra dizer que leu.

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