UMA JUNÇÃO DE FATOS DE NOSSA FAMÍLIA, TRISTES, ALEGRES, VERÍDICOS, ENGRAÇADOS. HISTÓRIAS PARA NÃO SE PERDEREM NO TEMPO NEM ATRAVÉS DAS FUTURAS GERAÇÕES
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Ciclovida
Uma ciclovia foi sinalizada, equipada com cones e homens, faixas e cores, sorrisos de bom dia e ficou bem bonitinha. Ela tem um caminho traçado, protegido e previsível. É seguro. Depois de subir a rua, dobrar uma ou duas esquinas e enxugar o suor que a ladeira me deu, eu pego a bike na estação do Itaú. Faço questão de dizer a marca porque é uma das melhores campanhas de marketing que já vi. Acesso o aplicativo, libero a bike, coloco minha bolsinha de ciclista na cestinha e vou seguindo os indícios que me levavam a crer que atravessar a Avenida Paulista pelo chão vermelho da ciclovia seria o mais indicado. Segui até o fim e fiquei super empolgada com a possibilidade de descer o túnel e pegar a Avenida Rebouças. Empolgação vai pro nível zero quando a ciclovia faz uma contida curva e eu me vejo fazendo o retorno para a Avenida Paulista. Eu me esforcei para ficar ali, mas iria voltar para casa com a sensação de frustração que eu não queria. Querer é poder e não querer chega a ser mandato vitalício no controle do rumo da vida. Atravesso a Avenida e saio da ciclovia. A sensação de liberdade toma conta de mim e a partir dali eu decidiria o meu caminho. Lindo! Desço a rua até o final e visito um oásis verde e calmo. Aranhas, gente, cachorros, gente que senta pra conversar, mendigos que deixam os seus castelos de papelão para passear de mãos dadas e bikes que giram seus pneus procurando a direção contrária do vento. O caminho é meu. Eu subo, desço e desapareço. Apareço na estação do Itaú que me convém, devolvo a bike e sigo minha corrida de vinte minutos até que as ruas se tornam familiares. Digo bom dia ao porteiro, abro as janelas do ap e sigo estudando custo de oportunidade em economia.
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