terça-feira, 19 de maio de 2015

Estive pensando nessa palavrinha aí, essa tal de fé, e me veio à mente as tantas vezes que eu já ouvi falar nela. Sou filha de uma família com descendências portuguesas desconhecidas nos hábitos diários, mas bem nítida na assinatura do meu nome que começa com Maria e depois de muito escrever termina com Guimarães. Acho que filha de turco é que eu não deva ser. E como boa mineira, minha família, principalmente por parte de mãe, tem muita relação com a igreja Matriz, com toda a pompa que esse título lhe reserva, lá do centro de Itaúna, lá em Minas. Eu ouvi pessoas rezarem durante toda a minha infância, vi benzedeiras curarem, familiares e amigos de familiares se empetecarem para irem à Matriz no domingo pela manhã. Íamos à pé. É um orgulho sem tamanho para mim poder dizer que vivi isso. Saíamos todos juntos, todos arrumados e unidos caminhando pela rua afora, pela pequena gigante Itaúna, conversando e nos vendo, rumo à igreja Matriz. Eu tenho lembranças incríveis dessas andadas que enchem meu coração de alegria . Íamos à igreja sim. Eu não me lembro do sermão do padre, mas eu me lembro dos momentos que vivíamos ao celebrar esse ritual que até hoje é tão importante para minha mãe. E muito se falava sobre fé. Tenha fé. Acredite. Não fraqueje na sua fé. Eu hoje não acompanho mais minha mãe nos rituais da igreja. Não vou à missa todos os domingos. Na realidade eu me lembro de ter entrado em algumas igrejas que estavam ao longo do meu caminho e ter tido um momento especial. Atualmente isso acontece esporadicamente e de forma imprevisível. No entanto, talvez por ter assistido à muitas missas durante a minha infância, ou talvez por ter aprendido que para algumas coisas resta apenas a crença no invisível, eu conviva bem com ideia de ter fé. Eu acredito que tudo que a vida me apresenta tem uma razão de ser. Eu nem sempre vejo o sentido claro e real das coisas, no entanto, o mais legal de tudo isso é que eu hoje não tenho interesse em vê-lo. A mim não faz diferença se o propósito de algo que me acontece é claro ou obscuro. Eu curto tudo. Tudo de bom que me acontece eu celebro e também sou grata a todas as frustrações que tenho. Pode parecer bem piegas (eu não sei bem o que essa palavra significa, mas gosto dela) dizer que o que de ruim me acontece aos meus olhos parece bacana, mas, sinceramente, do fundo do coração, eu estou bem orgulhosa de mim por não ficar triste e nem desesperada com tudo aquilo que normalmente seria motivo de muitas lágrimas e sofrimento. Eu tenho fé e acredito no que eu não vejo. Estou convicta que a felicidade é uma escolha. Eu escolhi ser feliz. É claro que não consegui sozinha. Mas escolhi pessoas que me ensinaram isso ao longo da vida. Eu escolho, ao acordar todos os dias, como o meu dia será. E ele será  sempre incrível, independentemente do que for apresentado à mim. A probabilidade de todos nós morrermos é muito alta. Faça escolhas todos os dias que prezem por fazer o que gosta, encontrar quem você ama e rir de tudo, o que pode até ser desespero aos olhos de muitos, mas pra mim, é só uma forma de ver o mundo.

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