UMA JUNÇÃO DE FATOS DE NOSSA FAMÍLIA, TRISTES, ALEGRES, VERÍDICOS, ENGRAÇADOS. HISTÓRIAS PARA NÃO SE PERDEREM NO TEMPO NEM ATRAVÉS DAS FUTURAS GERAÇÕES
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Pó
Não é típico de mim e não é por isso que as pessoas me reconhecem, mas os últimos dois dias deram o que falar. Tira tudo do lugar, seleciona, escolhe, decide, volta nem tudo para o lugar e segue para o próximo espaço. Tudo que fica tem que ficar e tudo que vai tem que ser encontrado por quem tem destino certo a dar a tudo aquilo. Pode ser que dê certo e pode ser que não tenha dono para esse tudo. O espaço amplia, o pó desaparece, o vento consegue soprar e dá aquela sensação que somente se prolonga ao respirar bem fundo e encher o peito de muito ar. E é vida que segue. Outro e outros dias virão para preencher novamente o espaço que se abriu e dar chance para o pó assentar-se mais uma vez. De tempos em tempos é tempo de não ignorar mais o pó que fica quietinho esperando um vento um pouco mais forte para se levantar e sair por aí fazendo estragos. Se o pó não estivesse por aqui, o estrago também não existiria. E os "ses" surgem como uma solução de um problema futuro de um tempo que já se foi e não está nem um pouco afim de retornar. Frente, pra frente, pra frente, frente, nossa vida vai. E vai. Eu não tiro o pó todos os dias. Quando me proponho a tirá-lo é muito bom saber que está tudo limpinho e muito bem cheirosinho. E quando tem pó eu só observo. O pó parado é a evidência que outras coisas mais importantes estavam sendo feitas. E se não for assim, algo não cheira bem e provavelmente é resultado de pó demais acumulado.
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